Canção das Mulheres (republicação)
6.22.2009
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que, se eu faço uma bobagem, o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada, o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco — em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade, mas talvez seu medo ou sua culpa.
Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que é culpa dele, ou que não o amo mais.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo: “Olha que estou tendo muita paciência com você!”
Que se me entusiasmo por alguma coisa o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.
Que quando, sem querer, eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que quando levanto de madrugada e ando pela casa, o outro não venha logo atrás de mim reclamando: “Mas que chateação essa sua mania, volta pra cama!”
Que se eu peço um segundo drinque no restaurante o outro não comente logo: “Pôxa, mais um?”
Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro — filho, amigo, amante, marido — não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa — uma mulher.
Lya Luft é uma escritora incrível e me faz um bem danado lê-la. Parece que ela sempre tem a palavra certa para o momento que estou vivendo. Sua sabedoria no escrever é única, simples e direta.
Por ser assim tão especial, a republicação dos seus textos faz-se sempre necessária por aqui, afinal ler (e reler) Lya Luft, nunca é demais.
ATENÇÃO!
Meu computador está com um problema e o teclado não funciona direito. Qualquer coisa que eu digite, fica faltando letra, pontuação, acentuação. Como sou extremamente perfeccionista, demoro uma vida num textinho, porque fico voltando para corrigir toda hora. Aliando isso à minha eterna e costumeira correria, pensa no quanto tenho me estressado...
Por isso, tenho lido os comentários de vocês e visitado vários blogs, mas não estou conseguindo comentar muito, porque com esse problema do meu teclado, fico horas para escrever um pingo de coisas. De qq maneira, obrigada pelas visitas. Estarei corrigindo isso rapidinho(apesar de estar procurando a causa do problema e ninguém achar), pois meu notebook está no conserto e quando pronto, o usarei para blogar direito.
Exemplo:
Ola so o qe ese ecado esta fzeno comigo! Entendeu? Não? Pois é...
(Tradução: Olha só o que esse teclado está fazendo comigo!)
Um grande bjo a cada um de vocês e que Deus nos abençoe nessa nova semana!
0 amigos proseando comigo!:
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